Afinal, o que aconteceu com a Balenciaga?

Sexualização de menores, críticas, parcerias reavaliadas. O que precisas de saber da campanha controversa da Balenciaga.

A Balenciaga é uma marca de alta-costura conhecida por peças e campanhas irreverentes, que dão sempre que falar. Desta vez, a última campanha gerou graves críticas.  

 A marca lançou uma campanha de acessórios, a ‘The Gift Collection’, protagonizada por crianças, que levou a uma onda de críticas e acusações de sexualização de menores.

A campanha, tem várias fotografias de crianças com carteiras em formato de ursos de peluche, e estes ursos estão vestidos com elementos associados ao sadomasoquismo, como peças em fishnet e coleiras de couro.

Apesar do foco da polémica ser a campanha com crianças, há outra que está a ser relacionada com a mesma, que é da primavera de 2023, e “em ambiente de escritório” como a marca a descreve.

Nesta campanha, destaca-se uma fotografia que promove uma bolsa. Vê-se um molhe de papéis de fundo numa mesa. Depois de analisarem, vários internautas repararam que um dos papéis se trata de um caso legal, ‘United States v. Williams’, sobre pornografia infantil.

Face às críticas, a Balenciaga retirou as imagens da campanha das crianças e os responsáveis recorreram às redes sociais para pedir desculpa. As publicações no Instagram da marca foram todas apagadas e neste momento só consta uma, de pedido de desculpas.

O comunicado da marca refere as duas campanhas. Relativamente à das crianças, a marca escreve que: “Foi uma escolha errada da Balenciaga, combinado com a falha de não validar as imagens. A responsabilidade é somente da Balenciaga.”

Já sobre a campanha com os documentos legais, a Balenciaga confirma a existência da documentação do caso de tribunal que “dá como ilegal e não protegida pela liberdade de expressão a promoção de pornografia infantil”.

E explica que “os itens incluídos na sessão fotográfica foram fornecidos por terceiros que confirmaram que os documentos eram falsos, apenas adereços. No entanto, os documentos eram reais e o mais certo é que terão vindo de uma gravação de televisão.”

A marca diz que além de uma investigação interna e externa que está a decorrer, também estão a avaliar a forma de trabalhar, processos criativos e de validação e que estão a apoiar organizações de proteção de menores que combatem abuso e exploração de menores.

Após toda esta controvérsia, Kim Kardashian, que é um dos grandes rostos da marca, recorre às redes sociais para dizer que está a reavaliar a sua parceria com a marca. “Como mãe de quatro, fiquei chocada com as imagens perturbadoras. A segurança das crianças deve ser tida com a maior consideração e quaisquer tentativas de normalização do abuso infantil de qualquer tipo não devem ter lugar na nossa sociedade – ponto final.”, escreveu a empresária no Instagram.