Poderão os currículos em vídeo de TikTok ser a próxima tendência no mercado de trabalho?

Apesar de não serem muito comuns em Portugal, a realidade dos currículos em vídeos do TikTok pode não estar muito longe.

A aplicação TikTok tem uma nova atualização que vem com uma funcionalidade que permite aos utilizadores publicarem currículos em vídeo para que os empregadores possam ver. Uma novidade que pode revolucionar a forma como as empresas encontram colaboradores.

Para fazer o seu currículo, basta montar um vídeo com o limite de 3 minutos e publicá-lo com a hashtag ‘#TikTokResumes’ para que entre na ronda de currículos. Os vídeos são posteriormente colocados no site www.tiktokresume.com que os organiza e mostra os candidatos aos empregadores.

Neste momento, ainda só funciona nos Estados Unidos, está em fase experimental e foi concebido para ajudar empresas como Chipotle, Target, WWE, Alo Yoga e Shopify a encontrar colaboradores. Segundo o TikTok, a ideia veio da popularidade de vídeos que ofereciam conselhos de carreira, como as melhores formas de pedir um aumento, por exemplo.

Nicole Penn, presidente da agência de marketing da EGC Group, disse à CNET: “A grande vantagem é poder-se ser criativo com o vídeo.” É possível incluir músicas, fotografias ou outras funcionalidades. Para os empregadores, é a rapidez e o dinamismo de ver um vídeo em vez de um papel.

Brianna Seaberg, uma jovem norte-americana de 21 anos, enviou o currículo em vídeo pelo TikTok e o resultado foi positivo. “Usei o meu currículo como referência e deixei que a minha personalidade brilhasse. Não tive de escrever um guião para o vídeo – saiu tudo naturalmente.”, disse ao programa Good Morning America. “Recebi mais de 15 e-mails ou mensagens nas redes sociais com descrições de emrpegos, propostas de entrevistas e cargos. Criar o vídeo valeu 100% a pena.”

No entanto, esta novidade suscita algumas preocupações, nomeadamente de desigualdade entre candidatos. A estratega de carreiras Cynthia Pong, levantou esta questão no mesmo programa: “Tenho preocupações em relação a como isto pode perpetuar o racismo e o preconceito na contratação. Sendo os vídeos uma coisa visual, preocupa-me que as pessoas não sejam contratadas pela sua cor, orientação sexual, por serem transexuais, não-binárias ou pela gordofobia.”

Pong também referiu que a contratação podia ser tendencial em relação à popularidade do vídeo. Ter mais gostos e comentários pode ser um fator a favor para a contratação.

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