Dia da Grávida: As 6 doenças mais comuns na gravidez

O Dia Mundial da Grávida celebra-se a 9 de setembro. Para assinalar a data, relembramos as doenças mais comuns na gravidez.

A gravidez é uma altura de felicidade para os casais e uma experiência única na vida das mulheres. No entanto, as alterações no organismo e também as características fisiológicas de cada mulher podem, muitas vezes, fazer com que haja uma maior probabilidade de desenvolver algumas doenças durante a gestação.

Irina Ramilo, ginecologista, obstetra e autora da página A Ginecologista da Melhor Amiga, não tem dúvidas do peso da gravidez na saúde feminina: “De facto, é preciso ter em atenção que muitas manifestações físicas são naturais à própria gravidez e que numa mulher normal poderiam ser manifestações de doença”.

O Womanlife falou com dois especialistas e foi perceber quais os problemas mais comuns. Estes seis são os mais comuns:

  1. Hiperemese Gravídica

A hipermese gravídica é uma complicação muito frequente na gravidez e é caracterizada por náuseas e vómitos incoercíveis que podem levar à perda de peso, desidratação e internamento hospitalar. Claramente distinto das náuseas e dos vómitos iniciais da gravidez. Desconhece-se a causa exata da hiperemese gravídica. Os fatores de risco incluem uma primeira gravidez, a gravidez gemelar, a obesidade, um episódio anterior de hiperemese gravídica, historia da doença na família ou história de perturbações alimentares.

2. Diabetes Gestacional

O diagnóstico de Diabetes Gestacional faz-se através de duas análises. No primeiro trimestre com uma glicemia em jejum ou no segundo trimestre entre as 24 e 28 semanas, através de uma prova após toma de 75g de glicose – PTGO (prova de tolerância à glicose oral). A diabetes gestacional costuma manifestar-se após a 26ª semana de gravidez.

Os sintomas associados à diabetes fora da gravidez como o aumento da vontade de urinar e a sede, não ocorrem na gravidez. Uma vez diagnosticada a condição, a grávida deve iniciar o tratamento rapidamente.

3. Pré-Eclâmpsia/Hipertensão Arterial

A pré-eclâmpsia está no conjunto dos problemas gestacionais mais graves. A doença hipertensiva normalmente manifesta-se na primeira gestação, no terceiro trimestre, depois das 20 semanas de gravidez. Os sintomas associados a hipertensão arterial são os valores tensionais persistentemente elevado, a dor de cabeça, alterações da visão e por vezes associados a dor na região do estômago e a presença de inchaço generalizado.

4. Anemia

A anemia gestacional ocorre devido à expansão do volume líquido na circulação sanguínea da grávida e consequentemente a maior absorção de ferro. Por isso, é normal haver uma anemia fisiológica que é natural e sem problemas. O tratamento é relativamente simples e consiste numa dieta controlada e, em alguns casos, suplementação vitamínica, podendo haver necessidade de administração de ferro endovenoso, nos casos mais graves.

5. Infeção Urinária 

A infeção urinária, ou cistite, é uma condição que acontece com grande frequência na gestação. Os sintomas habituais fora da gravidez, como o ardor ao urinar, desconforto e maior frequência de micções, podem não ocorrer na gravidez. Por isso é feito o despiste com análises de rotina.

6. Doença hemorroidária na gravidez

As hemorroidas são uma doença comum que afeta as mulheres grávidas a partir da segunda metade e muito especialmente no último trimestre do período de gestação, mas também pode apenas manifestar-se após o esforço exercido no parto por via

vaginal. De acordo com o cirurgião Eduardo Xavier, “a obstipação e os longos períodos nas posições de pé ou sentada, são também fatores que contribuem para o agravamento desta condição clínica. Como tal, a ingestão de água e fibras assim como o exercício físico adequado, são importantes medidas preventivas. Embora possam persistir após a gravidez, em muitos casos as hemorroidas que surgem neste período desaparecem espontaneamente após o parto.”

De acordo com o especialista, este é um problema que vai além da gravidez e afeta cerca de 40% da população. O médico cirurgião refere que “através da utilização do laser, é hoje perfeitamente possível operar as hemorroidas de forma eficaz com uma técnica pouco invasiva, em que a dor é inexistente e a recuperação após a cirurgia se faz em poucos dias.”

Entrevistados:

Irina Ramilo, ginecologista e obstetra no Hospital Lusíadas de Lisboa
Eduardo Xavier, médico cirurgião no Hospital Lusíadas do Algarve